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quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Vida Imortal de Henrietta Lacks





SINOPSE: “Glóbulos de tumores brancos acinzentados [...] enchiam o cadáver. Parecia que o interior do corpo estava coberto de pérolas”. Datado de outubro de 1951, o relatório da autópsia de Henrietta Lacks parece antecipar a estranha vida vivida pela paciente após sua morte. O cultivo das células do raro câncer cervical que a matara, já espalhadas por todo o seu corpo, seria fundamental para o desenvolvimento das pesquisas que renderam bilhões à indústria farmacêutica e de biotecnologia. Extraída ainda nos estágios iniciais da doença, uma amostra de seu tumor havia surpreendido os profissionais responsáveis pela pesquisa de tecidos no Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, onde ela se tratava. Ao contrário de todas as tentativas anteriores, em que as células morriam pouco depois de retiradas do corpo do doador, a linhagem HeLa (batizada com as iniciais da paciente) multiplicava-se com impressionante rapidez quando mantida num meio de cultura adequado, tornando-se virtualmente “imortal”. Ainda que retiradas sem o consentimento de Henrietta ou de sua família, as células fascinaram os cientistas de tal modo que logo começaram a ser distribuídas – e comercializadas – para instituições de pesquisa públicas e privadas de todo o mundo. Desde então, numerosas descobertas científicas – entre as quais os mecanismos da reprodução celular, o desenvolvimento de tratamentos do câncer, as vacinas contra a poliomielite e HPV – têm se baseado na excepcionalidade da linhagem HeLa.
Reconstituída com amorosa minúcia por Rebecca Skloot, a biografia de Henrietta Lacks, negra, pobre e quase sem instrução, compõe uma emocionante homenagem à posteridade de uma das mais importantes e enigmáticas personagens da história da ciência. A autora demonstra como as células de Henrietta possibilitaram avanços revolucionários da medicina sem que seus empobrecidos descendentes sequer tivessem conhecimento do que acontecia.

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